A raiva é uma doença viral grave que afeta tanto animais quanto humanos. No caso dos cães, ela é causada pelo vírus da raiva (Rabies Virus), que atinge o sistema nervoso central, levando a sintomas neurológicos severos, incluindo agressividade e paralisia. Esta doença é de extrema importância sanitária devido ao seu potencial para transmissão aos seres humanos e à sua alta taxa de mortalidade quando não tratada adequadamente.

Origem da Raiva em Cães
A raiva é uma zoonose, o que significa que pode ser transmitida entre animais e seres humanos. O vírus que causa a raiva é transmitido principalmente por mordidas ou arranhões de animais infectados, com a saliva contendo o vírus. O ciclo da raiva pode começar com morcegos, que são conhecidos como os principais transmissores do vírus, especialmente em áreas onde o contato entre morcegos e outros animais, como cães, é mais frequente.
Além dos morcegos, outros animais selvagens, como raposas, guaxinins e coiotes, também podem ser transmissores da raiva. Esses animais se tornam infectados ao entrarem em contato com um morcego ou com outro animal infectado, podendo depois transmitir o vírus para os cães, principalmente aqueles que não são vacinados. A raiva pode, então, se espalhar por toda a cadeia de animais, incluindo os humanos, caso o animal infectado entre em contato com eles.

Causa da Raiva em Cães
A raiva é causada pelo vírus do gênero *Lyssavirus*, que ataca o sistema nervoso central do cão. Após a infecção, o vírus viaja ao longo dos nervos até o cérebro, causando sintomas neurológicos graves, como a paralisia e a agressividade. O principal meio de transmissão é através de mordidas ou arranhões de animais infectados, com a saliva contaminada servindo como veículo para o vírus.
Sintomas da Raiva em Cães
Os sintomas da raiva em cães podem aparecer de forma gradual e evoluir rapidamente após a infecção. Em um período que pode variar de 2 semanas a 3 meses, o animal começa a apresentar os seguintes sinais:
1. Mudança de comportamento: O cão pode se tornar mais agressivo ou excessivamente dócil, demonstrando comportamentos inusitados.
2. Agressividade: Um dos sintomas mais marcantes da raiva, o cão pode atacar de forma inesperada, até mesmo os próprios tutores ou outros animais com os quais convive.
3. Dificuldade para engolir e salivação excessiva: O cão pode ter dificuldade em engolir, resultando em salivação intensa e espuma na boca.
4. Paralisita: Nos estágios mais avançados, pode ocorrer paralisia muscular, começando pelas extremidades e avançando para a cabeça e o pescoço.
5. Convulsões e comportamento errático: Os cães podem apresentar episódios de convulsões, tremores e outros sinais de desorientação.

Sequelas da Raiva em Cães
A raiva é uma doença fatal, e quando o cão começa a apresentar sintomas clínicos, a evolução é inevitável. Sem tratamento, a morte ocorre devido à paralisia dos músculos respiratórios ou falência dos órgãos vitais. Não existem tratamentos eficazes para reverter a raiva após o início dos sintomas, e as sequelas podem ser severas, com a morte do animal em questão de dias a semanas.

Transmissão da Raiva para Humanos
A raiva é uma zoonose, ou seja, pode ser transmitida de animais para humanos. A transmissão para humanos ocorre principalmente por mordidas ou arranhões de animais infectados, uma vez que a saliva de um animal com raiva contém o vírus. O vírus da raiva ataca o sistema nervoso central e, se não tratado rapidamente após a exposição, é quase sempre fatal.

Vacinação Contra a Raiva: Tipos e Protocolo*
A principal forma de prevenção da raiva em cães é a vacinação. Existem várias vacinas contra a raiva disponíveis no mercado, sendo que as mais comuns incluem a vacina VeroRab e a *Rabipur, que são amplamente utilizadas e comprovadamente eficazes. Essas vacinas têm como objetivo estimular o sistema imunológico do cão para que ele produza anticorpos contra o vírus da raiva, prevenindo a infecção.
Quanto ao protocolo de vacinação, os cães devem ser vacinados contra a raiva a partir dos 3 meses de idade. A primeira dose da vacina deve ser aplicada nesta idade, e um reforço é necessário um ano depois. Após isso, os cães devem receber uma dose de reforço da vacina anualmente ou conforme a orientação do veterinário. Para filhotes que foram adotados e que não têm histórico de vacinação, o veterinário pode recomendar que a vacinação seja iniciada assim que o animal atingir a idade mínima de 3 meses.
Prevenção da Raiva em Cães
Além da vacinação, outras medidas preventivas incluem:
-Evitar o contato com animais selvagens: O cão deve ser mantido dentro de casa ou em áreas protegidas, onde o contato com animais selvagens ou de rua seja minimizado.
– Manter o controle sanitário do cão: Isso envolve garantir que o cão esteja sempre saudável, com acompanhamento veterinário regular e garantindo a vacinação em dia.

Tratamento da Raiva em Cães
Não há tratamento eficaz para a raiva uma vez que os sintomas começam a se manifestar. O tratamento está limitado à prevenção, que é feita por meio da vacinação antes da exposição ao vírus. Se houver suspeita de que um cão tenha sido exposto ao vírus, é essencial procurar um veterinário imediatamente para avaliar a situação e, se necessário, realizar o protocolo de profilaxia pós-exposição.
Eutanásia em Caso de Raiva
Quando um cão é diagnosticado com raiva, a eutanásia é, geralmente, recomendada devido à natureza fatal e incurável da doença. Além disso, a raiva representa um risco significativo para outros animais e humanos, sendo um risco sanitário de extrema importância. A decisão de realizar a eutanásia é difícil, mas é tomada para evitar mais sofrimento para o animal e prevenir a propagação da doença.

Como Proceder Caso o Cão Esteja com Raiva e Agredir Alguém
Se o cão com raiva atacar uma pessoa ou outro animal, é vital seguir alguns passos importantes:
1.Isolar o cão imediatamente: O animal deve ser mantido longe de outras pessoas e animais para evitar mais agressões.
2. Procurar atendimento médico: Caso alguém tenha sido mordido ou arranhado, é fundamental procurar atendimento médico urgente para avaliação e início da profilaxia pós-exposição ao vírus da raiva (vacinas e imunoglobulina).
3. Notificar as autoridades sanitárias: Em alguns casos, pode ser necessário notificar autoridades locais sobre o incidente, especialmente se envolver o risco de propagação da doença.
4.Isolamento e observação do cão: Se o cão não foi diagnosticado, mas apresenta sinais de raiva, deve ser isolado e mantido sob observação até que o diagnóstico seja confirmado.

Como Controlar um Cão com Raiva
Se um cão com raiva estiver atacando, o primeiro e mais importante passo é garantir que ele não tenha acesso a mais vítimas, isolando o animal o mais rápido possível. Não tente controlar o animal de maneira direta, pois ele pode se tornar extremamente agressivo. Somente profissionais treinados devem lidar com a contenção de cães com sinais de raiva.

Conclusão
A raiva é uma doença grave e potencialmente fatal tanto para cães quanto para humanos. A prevenção é a melhor abordagem, sendo a vacinação a principal forma de proteção para os cães. Caso o cão apresente sinais de raiva, é importante agir rapidamente para garantir que ele seja isolado e tratado de maneira adequada, enquanto se previne riscos à saúde pública.
