A Doença de Lyme é uma infecção bacteriana causada pela bactéria Borrelia burgdorferi, transmitida pela picada de carrapatos do gênero Ixodes, também conhecidos como carrapatos de veado. Essa doença afeta humanos e diversos animais, incluindo cães, e pode ter sérias consequências se não for diagnosticada e tratada adequadamente

Carrapato de Cervo – Ixodes Scapularis – Photo by XPDA

Transmissor da Doença de Lyme

O principal vetor da Doença de Lyme é o carrapato-de-patas-pretas (Ixodes scapularis), encontrado principalmente em áreas florestadas e de vegetação densa. A transmissão ocorre quando o carrapato infectado se alimenta do sangue de um hospedeiro, como um cão, humano ou outro animal. Para que a transmissão da bactéria ocorra, o carrapato geralmente precisa permanecer fixado à pele por pelo menos 36 a 48 horas.

Carrapato de Cervo em meio a natureza – Imagem Pixabay.

Causa da Doença

A causa da Doença de Lyme é a infecção pela bactéria Borrelia Burgdorferi. Quando um carrapato infectado pica o animal ou o ser humano, a bactéria se dissemina pela corrente sanguínea, afetando diversos órgãos e sistemas do corpo. A bactéria tem uma afinidade por tecidos como articulações, coração e sistema nervoso.

Sintomas da Doença de Lyme em Cães

Em cães, os sintomas da Doença de Lyme podem variar e nem sempre aparecem imediatamente após a infecção. Os principais sinais clínicos incluem:

1. Febre: Os cães infectados costumam apresentar febre persistente e sem motivo aparente.

2. Letargia: A perda de energia e disposição é um sintoma comum, tornando o animal apático.

3.Dor nas articulações: Um dos sinais mais típicos é a claudicação, ou mancar de uma ou mais patas, causada pela inflamação das articulações (artrite).

4. Perda de apetite: Cães infectados frequentemente perdem o apetite, resultando em perda de peso.

5. Inchaço nas articulações: As articulações podem ficar inchadas e sensíveis ao toque, dificultando os movimentos.

6. Problemas renais: Em casos mais graves, a infecção pode afetar os rins, levando a insuficiência renal.

Carrapatos fixados na pata de um cão.

Sintomas da Doença de Lyme em Humanos

Nos seres humanos, os sintomas também podem ser variados, e nem todos os infectados desenvolvem os mesmos sinais. Os sintomas mais comuns incluem:

1. Eritema migratório: O primeiro sinal visível é uma erupção cutânea conhecida como “eritema migratório”, que aparece em forma de um anel vermelho ao redor da picada, crescendo em tamanho. No entanto, nem todos os indivíduos desenvolvem essa erupção.

2.Febre e calafrios: Sensação de febre acompanhada de calafrios é comum nas primeiras fases da infecção.

3. Fadiga: A exaustão extrema, mesmo após repouso, é um dos sintomas mais debilitantes da Doença de Lyme em humanos.

4. Dores musculares e articulares: Dor nas articulações e nos músculos é comum, podendo se assemelhar à artrite.

5. Dor de cabeça e rigidez no pescoço: Inflamação nas meninges pode causar dores de cabeça intensas e rigidez na nuca.

6. Sintomas neurológicos: Em estágios mais avançados, a Doença de Lyme pode causar dormência nas extremidades, perda de memória e, em casos raros, paralisia facial (paralisia de Bell).

Carrapato de Cervo fixado na pele humana.

Outros Animais que Podem Contrair a Doença de Lyme

Além dos cães e humanos, outros animais também podem ser infectados pela *Borrelia burgdorferi*. Gatos, cavalos, bovinos e pequenos roedores podem contrair a bactéria através da picada de carrapatos infectados. No entanto, os gatos, em particular, tendem a ser mais resistentes aos sintomas da Doença de Lyme. Em cavalos, a infecção pode causar sinais como claudicação, perda de peso e febre.

Tratamento da Doença de Lyme

O tratamento da Doença de Lyme envolve o uso de antibióticos para eliminar a infecção bacteriana. Em cães, os medicamentos mais comuns incluem doxiciclina e amoxicilina, administrados por várias semanas. O tratamento precoce geralmente resulta em uma recuperação completa, mas, em alguns casos, a doença pode se tornar crônica, exigindo tratamento prolongado.

Em humanos, o tratamento também consiste em antibióticos orais, como doxiciclina ou amoxicilina, por um período de 2 a 4 semanas. Em estágios avançados, quando há envolvimento neurológico ou cardíaco, pode ser necessário o uso de antibióticos intravenosos.

Carrapato de Cervo em meio á natureza – Imagem Pixabay.

Prevenção da Doença de Lyme

A prevenção da Doença de Lyme envolve estratégias que reduzem a exposição aos carrapatos:

1. Controle de carrapatos: Aplicar produtos antiparasitários de forma regular nos cães, como coleiras antipulgas e carrapatos, pipetas e sprays, é a melhor forma de evitar a infecção.

2. Verificações regulares: Após passeios em áreas florestadas ou gramadas, examine seu cão minuciosamente, removendo qualquer carrapato encontrado antes que tenha tempo de transmitir a bactéria.

3. Vacinação: Existe uma vacina disponível para cães que ajuda a prevenir a Doença de Lyme, mas não é consensual na comunidade científica.

 Consulte seu veterinário para verificar se a vacinação é recomendada para seu pet.

4. Evitar áreas infestadas: Durante passeios, evite áreas conhecidas por ter alta infestação de carrapatos, especialmente na primavera e no verão.

5. Uso de repelentes: Em humanos, o uso de repelentes de insetos que contenham DEET ou permetrina pode ajudar a prevenir picadas de carrapatos.

Cura da Doença de Lyme

Com o tratamento adequado, a Doença de Lyme pode ser curada na maioria dos casos, especialmente se diagnosticada em estágios iniciais. No entanto, em alguns cães e humanos, os sintomas podem persistir por longos períodos, mesmo após a eliminação da infecção. Essa condição, conhecida como síndrome pós-tratamento da Doença de Lyme, pode resultar em fadiga, dores musculares e articulares crônicas. Por isso, a detecção precoce e o tratamento rápido são essenciais para evitar complicações a longo prazo.

Conclusão

A Doença de Lyme é uma condição séria que pode afetar tanto animais quanto humanos. A prevenção é a melhor estratégia para evitar a infecção, especialmente em áreas de risco com alta infestação de carrapatos. Ao reconhecer os sinais precoces da doença e buscar tratamento imediato, é possível evitar complicações e garantir a recuperação completa do seu cão. Lembre-se de conversar com o veterinário sobre as melhores formas de proteger seu pet contra essa e outras doenças transmitidas por carrapatos.

2 Responses

  1. Excelente artigo!!!!
    Muito importante todas essas informações, pois pode acontecer com qualquer pessoas além dos animaizinhos tbm!!!!!
    Parabéns!!!!

    1. Boa noite Deise,
      Ficamos gratos e felizes em ter sua participação ativa e também por poder contribuir
      com informações e indicar cuidados para prevenção deste parasita que pode transmitir esta grave doença!
      Continue fazendo pedidos sobre qualquer tema que desejar e iremos postar com muito prazer!
      Boa noite e Obrigado
      Equipe AgroParaná

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